A Corte decidiu que não há evidências suficientes para a condenação por blasfêmia

Fonte: Portas Abertas

A Corte do Paquistão permitiu que um casal cristão preso sob acusação de blasfêmia saísse da prisão mediante pagamento de fiança. A audiência realizada em outubro deste ano mostrou que não havia evidências suficientes para incriminar a cristã Kiran Bibi e o marido Shoukat Masih. O casal foi acusado de profanar o livro sagrado muçulmano, Alcorão, que, segundo o Código Penal do Paquistão, gera punição com prisão perpétua.  

A denúncia foi feita por um homem que afirmou ter visto páginas do Alcorão caindo do telhado do casal. Kiran Bibi deixou que ele entrasse em casa para checar a informação e apenas naquele momento percebeu que os filhos poderiam ter feito aquilo acidentalmente e que a denúncia seria verdadeira. O homem também achou uma bolsa atrás do tanque de água com mais páginas do Alcorão e então chamou a polícia.  

O juiz Mian Shahid Javed, no entanto, alegou que faltava evidências para incriminar o casal e determinou a soltura deles sob o pagamento de fiança de 100 rúpias paquistanesas (aproximadamente 357 dólares) cada e determinou que a polícia deve continuar a investigação e observar os próximos passos do casal cristão.  

Depois do Irã, o Paquistão tem a lei antiblasflêmia mais rígida do mundo. A lei “afeta minorias cristãs, pois um quarto das acusações de blasfêmia são feitas contra cristãos. Eles representam apenas 1,8% da população”, de acordo com dados da Lista Mundial da Perseguição 2023. A acusação de blasfêmia pode resultar em anos de prisão e até mesmo sentença de morte, mesmo que não tenha sido a intenção da pessoa ofender ou de fato cometer uma blasfêmia ao islã.

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