A luta entre o atual líder do país e um grupo paramilitar já dura três semanas. Cristãos – já antes perseguidos por sua fé – estão em meio a fogo cruzado

Fonte: Portas Abertas

O Sudão entra na terceira semana de conflito sem perspectiva de fim da luta. Autoridades internacionais estão ajudando a evacuar a capital e mais de mil sudaneses fugiram para países vizinhos em busca de refúgio. 

Capital evacuada 

O general AbdelFattah al-Burhan, líder atual do Sudão, e o grupo paramilitar Rapid Support Forces (RSF, da sigla em inglês), liderado pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, estão em uma disputa sangrenta.  

Mesmo com intervenção internacional, as promessas de cessar fogo não têm sido cumpridas. Segundo a agência de notícias BBC, os ataques aéreos recomeçaram na capital, Cartum, na segunda-feira, 1o de maio o que resultou na evacuação da capital.  

O ministro da saúde relatou mais de 500 mortes e 4.600 feridos e quase 70% dos hospitais nas redondezas de Cartum foram fechados. A Organização das Nações Unidas estima que mais de 800 mil pessoas fugiram para países vizinhos e mais de 330 pessoas se toraram deslocados internos.  

Os civis que ficaram encurralados na capital enfrentam fome severa e filas enormes para buscar água. Organizações internacionais que entregavam alimentos no Sudão suspenderam as atividades no país. 

Igreja no fogo cruzado 

Líderes de igrejas no Sudão organizaram uma reunião de oração em que cristãos compartilharam as repercussões do conflito em suas vidas. A maioria deles são trabalhadores informais e não tem reservas de emergência para se sustentarem nessa crise. Isso, combinado ao fato de que eles são uma minoria marginalizada, os colocou cristãos sob intensa pressão.  

Líderes disseram que os cristãos estão escolhendo se morrem de fome ou sob os tiros.

As igrejas mais distantes da capital não estão isentas de dificuldades. Após anos sob perseguição, a maioria vive sob extrema pobreza e são mal- vistas por causa da relação com a comunidade internacional, o que é visto como uma ameaça pelas autoridades do Sudão.  

A perseguição a cristãos no Sudão

O país está na 10ª colocação na Lista Mundial da Perseguição 2023, que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos. Para os 11 primeiros países da Lista, a perseguição acontece de maneira extrema e é onde ocorrem os maiores índices de sequestro, prisões, torturas, estupros e mortes de cristãos no mundo. 

Após Omar al-Bashir ser deposto em abril de 2019, o governo transicional do Sudão introduziu mudanças interessantes para que o quadro legal garanta os direitos humanos básicos para todos os sudaneses, não importando etnia, gênero ou religião. Entretanto, protestos em massa levaram à renúncia do primeiro-ministro Abdallah Hamdok em janeiro de 2022, e há temores de que o Sudão retorne aos anos autoritários do antigo presidente. Isso pode desfazer os passos positivos realizados quanto à liberdade religiosa sob o governo de transição. Embora a pena de morte por deixar o islamismo tenha sido abolida, há receio de que essa punição seja restabelecida. 

Atitudes sociais com relação aos cristãos não mudaram. Isso é especialmente o caso em áreas fora da capital, Cartum. Cristãos ainda estão vulneráveis a perseguição extrema por parte da comunidade e da própria família, principalmente se tiverem se convertido do islamismo. Convertidos podem enfrentar agressão sexual e violência doméstica em suas casas, bem como estar vulneráveis a prisão e violência. O governo não disponibiliza proteção real para cristãos e outras minorias religiosas. Desde o golpe militar, quatro igrejas foram forçadas a fechar e, mesmo com a mudança no status oficial, igrejas e terras confiscadas ainda não foram devolvidas para os donos cristãos. Tentar construir novas igrejas ainda é extremamente difícil. 

Ajude quem mais precisa 

A Portas Abertas atua em mais de 60 países socorrendo cristãos perseguidos. Acesse o link acima e saiba como ajudar para que os cristãos do Sudão possam receber alimentos, água, Bíblias e outros itens de que precisam com urgência. 

Pedidos de oração 

  • Clame a Deus para que reestabeleça a paz no Sudão e conceda sabedoria aos líderes para chegarem a um acordo.  
  • Interceda pelos refugiados que saíram e estão se deslocando pelo Sudão para que encontrem um abrigo seguro e sejam protegidos por Deus no caminho. 
  • Ore para que os feridos possam receber cuidados médicos em breve e que os voluntários da saúde sejam abençoados com força e proteção. 
  • Peça ao Senhor que ajude os líderes cristãos a pastorearem as igrejas com sabedoria divina em meio ao luto e medo gerado pela crise.

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