Em entrevista à Portas Abertas, o pastor Thang relatou as dificuldades de seguir a Cristo em um país que não gosta de cristãos

Fonte: portasabertas

O pastor Thang* é líder de uma igreja no Vietnã. Ele enfrentou rejeição por parte de sua família e assédio do governo por causa de sua fé em Jesus. Mas ele vê outros cristãos como sua família agora, e seu apoio e orações estão capacitando-o a cuidar de outros que também estão enfrentando perseguição.

Recentemente, uma equipe da Portas Abertas o visitou, e ele respondeu suas perguntas sobre a vida de um cristão no Vietnã, os desafios que ele enfrentou e o encorajamento que ele encontra em saber que tem uma família global que está com ele.

Contra sua própria cultura

“Os cristãos são conhecidos por seus estilos de vida e pela maneira como falam. No Vietnã, os cristãos têm problemas com vizinhos, amigos e familiares. Isso porque ser cristão significa que você é contra sua família e contra a cultura do povo vietnamita. É por isso que eles não gostam e oprimem os cristãos”, relatou o pastor.

Segundo ele, no Vietnã “as pessoas podem bater em você”. E relatou: “Uma das dificuldades que tivemos no passado foi que nossa igreja não foi reconhecida pelo governo. Nós não tínhamos status legal, então eles nos impediram de adorar. Eles até fizeram gravações em vídeo de nossa congregação e nos impediram de ter reuniões da igreja”.

De forma geral, o governo vietnamita acha que os cristãos são uma seita de americanos. “Eles nos perguntam quanto dinheiro temos e quanto podemos pagar. O governo acha que trabalhamos para os americanos e nos perguntam quanto recebemos deles e quanto pagamos pelas pessoas da igreja”, completou o Thang.

Antes e depois de Cristo

“Porque me tornei cristão, minha vida mudou”, revelou o cristão. “Quando você é cristão, você quer compartilhar o evangelho com as pessoas. E, quando você faz isso no Vietnã, o problema está feito, pois as pessoas passam a te odiar e querem bater em você”, afirmou Thang.

“Antes de me tornar cristão, minha família fazia refeições e ficava bêbada. Mas quando me tornei cristão, deixei de beber. Para eles, isso significa que eu não posso mais fazer parte da família porque não bebo. Mas agora tenho uma nova família, os outros cristãos, que são muito especiais”, contou o pastor.

“Eu senti que Deus nos deu experiência, por exemplo, fui rejeitado pela família, vizinhos e sociedade. Essa foi a minha realidade. Então, agora eu posso ter compaixão pelas pessoas com quem compartilho o evangelho. Eu leio na Bíblia para me alegrar com aqueles que se alegram e chorar com os que choram. Isso é muito especial para mim, porque podemos compartilhar a felicidade juntos e ficar tristes com as pessoas quando estão tristes, e não precisamos fazer isso sozinhos. Meus irmãos e irmãs cristãos tornaram-se minha família”, completou o pastor vietnamita.


*Nome alterado por segurança.

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