Comitê de 14 acadêmicos foi nomeado para dar provas de que o hinduísmo é a religião ancestral da nação
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, nomeou um comitê de estudiosos para reescrever a história da nação de modo a favorecer os hindus, informou a agência de notícias Reuters. A afirmação se baseia em minutas de uma reunião de um comitê de 14 pessoas, realizada em janeiro de 2017, e em entrevistas com membros desse comitê. O material apurado revela que a tarefa dos eruditos era encontrar evidências (como descobertas arqueológicas e DNA) para provar que os hindus de hoje descendem diretamente dos primeiros habitantes do território e confirmar que as escrituras hindus antigas são fato e não mito.
O presidente do comitê, K. N. Dikshit, contou à Reuters: “Me pediram para apresentar um relatório que ajudasse o governo a reescrever certos aspectos da história antiga”. A Reuters concluiu que o governo nacionalista hindu está buscando moldar a identidade nacional de acordo com sua visão religiosa, ou seja, que a Índia é uma nação de e para hindus. Mas um quinto da população do país pertence a religiões diferentes do hinduísmo. Cristãos, muçulmanos e siques reclamam do aumento da discriminação e violência desde que Modi foi eleito.
GOVERNO ADMITE MANIPULAR HISTÓRIA
O ministro da cultura, Mahesh Sharma, que organizou o comitê, confirmou em uma entrevista que o trabalho do comitê é parte de um plano maior para revisar a história da Índia. Ele acrescentou que espera que as conclusões sejam refletidas em livros didáticos e nas pesquisas acadêmicas. Nacionalistas hindus e pessoas de peso do partido de Modi rejeitam a ideia que sempre foi ensinada na Índia de que a população foi transformada por uma migração em massa vinda da Ásia Central por volta de 3 a 4 mil anos atrás.
O professor e empresário Prabhu Guptara disse à Portas Abertas que “posando como ‘nacionalistas hindus’, pessoas foram capazes de enganar os indianos para chegar ao poder. No entanto, elas não representam a maioria dos hindus, mas pertencem a um grupo minoritário chamado hindutvans [que aderem a uma teologia hindu fundamentalista]. Na verdade, estão longe de ser nacionalistas e organizam o saque do país por aqueles com quem estão em conluio”.
A Comunidade Evangélica da Índia (a aliança nacional de cristãos evangélicos do país) descreveu 2017 como “um dos anos mais traumáticos” para cristãos indianos na última década, em que foram registrados 351 incidentes de crimes de ódio contra cristãos. Dados divulgados pelo próprio governo mostram um aumento em crimes de ódio relacionados a religião. Ore pela Igreja Perseguida da Índia, país que ocupa a 11ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2018.
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Fonte: https://www.portasabertas.org.br
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