Cerca de 100 cristãos estão sendo usados para fornecer munição e armamento para o grupo filiado ao Estado Islâmico, além de serem obrigados estuprarem mulheres.

Os combatentes do Estado Islâmico, nas Filipinas, estão usando dezenas de cristãos como escudo humano para se proteger em meio a uma batalha para retomar a cidade de Marawi. Segundo informações do Daily Mail, os militantes do grupo Maute, vinculado ao EI, estão escondidos por trás de cerca de 100 reféns cristãos. O fato aconteceu depois que o presidente do país, Rodrigo Duterte, ordenou ataques com bombas por aviões, na zona rebelde.

No grupo de cristãos reféns, há um padre que foi levado pelos terroristas há cinco semanas e também está sendo usado para proteger os extremistas dos ataques. Outro caso é o de Abdullah Maute que pediu para ser liberto e em seu lugar ficaria seus pais, que atualmente estão sendo mantidos presos pela polícia. Apesar disso, seu pedido foi recusado pelo presidente Duterte, com seu porta-voz dizendo que qualquer negociação com terroristas era “contra a política do governo”.

A maioria dos 200 mil cidadãos de Marawi fugiram desde que o grupo terrorista tomou a cidade no dia 23 de maio, de acordo com a Reuters. Os que ficaram para trás foram obrigados a se converter ao Islã, levar combatentes feridos às mesquitas e se casar com militantes do grupo Maute, de acordo com o porta-voz do exército, Jo-Ar Herrera.

“Eles estão sendo forçados a ser escravos sexuais, forçados a destruir a dignidade dessas mulheres”, disse ele. “Isto é o que está acontecendo lá dentro e é muito evidente. São personalidades do mal”, acrescentou.

Cativeiro

Sete reféns que foram resgatados anteriormente por tropas do governo compartilharam histórias angustiantes sobre o cativeiro. Eles foram forçados a cometer estupros além de obrigados a saquear casas abandonadas na zona de guerra. “Os reféns foram encarregados de saquear casas, estabelecimentos de munições, armas de fogo, dinheiro e ouro”, disse Herrera.

Os reféns tinham de seguir um “cronograma de saque” planejado pelos extremistas e foram forçados a trazer armas de fogo para que pudessem lutar contra as tropas do governo e levar os terroristas feridos em segurança, informou o porta-voz.

Até agora, 70 militares, 27 civis e 290 militantes foram mortos e 246 mil pessoas foram deslocadas em confrontos entre militantes e tropas governamentais. O ataque inesperado e o acesso dos grupos terroristas às armas pesadas e ao uso de combatentes estrangeiros “aumentaram temores no país de que a batalha de Marawi poderia ser apenas o início de uma campanha mais ampla” e reflete a intenção do Estado Islâmico de estabelecer um califado no Sudeste Asiático, observa a Reuters.

Lei marcial

Na última terça-feira (27), o presidente Duterte, que em maio declarou a lei marcial em todo o sul das Filipinas em resposta ao conflito, revelou que tinha primos que eram membros do grupo Maute, um dos quais havia sido morto. Ele disse que sua decisão de declarar a lei marcial foi baseada em uma compreensão do próximo passo do grupo.

“Eu conheço o desdobramento de atiradores e onde eles esconderam suas armas de fogo”, disse ele em um discurso. Duterte também disse que não podia compreender a doutrina radical do Estado islâmico: “O que é doloroso para mim é que essa ideologia ganhou muitas pessoas. Tudo o que eles querem é matar e destruir. Como podemos viver com isso?” questionou.

A Casa Branca condenou a violência em Marawi. “Esses terroristas covardes mataram autoridades policiais filipinas e ameaçaram a vida de cidadãos inocentes”, afirmou um comunicado, acrescentando: “Os Estados Unidos são um aliado orgulhoso das Filipinas e continuaremos trabalhando com o país para enfrentar ameaças contra a paz e a segurança”, finalizou.

FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO GOSPEL HERALD

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