Todas as vítimas foram violentadas sexualmente por militantes fulani
Fonte: Portas Abertas
*Conteúdo sensível: violência sexual
Na última segunda-feira, 3 de outubro, militantes fulani atacaram e abusaram sexualmente de 11 mulheres na Nigéria. As vítimas estavam em um acampamento de deslocados internos, montado para acolher a população que precisou fugir da violência na região em que viviam.
O incidente aconteceu no estado de Benue, por volta das 8 horas da manhã da segunda-feira. As mulheres estavam procurando lenha, a poucos quilômetros do acampamento, quando os extremistas as encontraram.
Resgatadas por militares
Algumas delas conseguiram escapar e correr de volta para o abrigo e imediatamente avisaram ao grupo de militares que têm uma base perto do acampamento. Mas as vítimas que não conseguiram fugir, foram violentadas sexualmente em turnos pelos extremistas, sob a mira das armas, enquanto os soldados não chegavam.
Os militares conseguiram intervir por fim e resgataram as vítimas antes que fossem mortas pelos radicais. Todas as vítimas e suas famílias estavam no acampamento por causa da violência que radicais fulani instauraram no Norte da Nigéria.
Mas a insegurança continua se disseminando pelo país com o avanço dos extremistas, ameaçando até mesmo os que já fugiram de casa em busca de segurança. Ao menos 20 mil cristãos vivem em um dos acampamentos para deslocados internos no estado de Benue, pois eles e os vilarejos cristãos são os principais alvos dos radicais.
A perseguição a cristãos na Nigéria
Os cristãos na Nigéria enfrentam perseguição de uma agenda organizada de islamização forçada, que é mais predominante no Norte do país e tem gradualmente se espalhado para o Sul.
Desde que os estados do Norte declararam lealdade à sharia (conjunto de leis islâmicas) em 1999, essa islamização forçada ganhou força, por meios violentos e não violentos. Ataques de grupos militantes islâmicos têm aumentado consistentemente desde 2015. O governo falhou em impedir o aumento da violência, que afeta todos os nigerianos, mas principalmente os cristãos.
A violência é mais abrangente no Norte, onde grupos militantes, como o Boko Haram, Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP, da sigla em inglês) e os militantes fulanis, provocam mortes, danos físicos, sequestros e violência sexual em suas vítimas. Cristãos perdem suas terras e suas formas de sobrevivência. Muitos vivem como deslocados internos ou refugiados.
Nos estados onde vigora a sharia, no Norte da Nigéria, cristãos enfrentam discriminação e exclusão como cidadãos de segunda classe. Cristãos de origem muçulmana também enfrentam rejeição dos próprios familiares, pressão para desistirem do cristianismo e muitas vezes violência física.
O país ocupa o 6º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.
Cristãos vulneráveis
Cristãos que vivem no acampamento onde as mulheres foram atacadas continuam vulneráveis a novos ataques. No dia a dia, eles enfrentam constante sofrimento por causa da falta de acesso a alimentos. Como estão cercados pelos militantes, é muito difícil buscar comida em outros locais.
Toda vez que alguém sai do acampamento está vulnerável a ataques que resultam em sequestro, violência sexual e até a morte. “Sem comida ou recursos, as pessoas são obrigadas a se arriscarem para obterem o mínimo para sobreviver”, conta um cristão local que ajuda os deslocados internos.
Precisamos das suas orações pelas onze mulheres atacadas, suas famílias e por todos os cristãos deslocados internos no Norte da Nigéria que continuam vulneráveis.
Você pode ajudar
Além de orar pelas vítimas e suas famílias, você também pode ajudar cristãos atacados na Nigéria através de uma doação. Saiba mais no link.
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