No incidente, dez cristãos foram presos e cristãos surdos ficaram muito assustados

Nesse domingo, 09, durante o culto de celebração de Páscoa, policiais invadiram o templo com brutalidade. A igreja fica na cidade de Qarshi, Sudeste do Uzbequistão e é conhecida pelo trabalho com a comunidade surda na região.  

Muitas pessoas foram agredidas fisicamente no incidente. Os policiais prenderam dez cristãos e assustaram os membros locais, principalmente os cristãos e cristãs surdos que estavam no culto.  

A invasão foi gravada por pessoas que participavam do culto e publicadas no Twitter da Friendensstime, uma organização que apoia cristãos nos países da antiga União Soviética que ficam na Ásia Central. Ainda não foi declarado o motivo da invasão nem das prisões executadas. 

Esse não é um caso isolado no Uzbequistão, que ocupa a 21ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023, documento que classifica os 50 países em que os cristãos são mais perseguidos no mundo. O governo exige controle sobre todas as atividades religiosas no país, valendo-se até mesmo de câmeras de vigilância para garantir o domínio. Apesar dos desafios, a igreja continua crescendo na região, especialmente por meio de projetos com a comunidade surda.  

Câmeras de Vigilância

Em 2018, a polícia secreta controlava as câmeras de vigilância do lado de fora das mesquitas no Uzbequistão. Mas, em 2022, o Ministério do Interior assumiu essa função e mandou que comunidades religiosas não muçulmanas se registrassem no Estado e instalassem câmeras. O conselho de igrejas batistas não é registrado e controlado pelo Estado, então não foi obrigado a instalar as câmeras. No entanto, essas câmeras são instaladas em locais próximos, que apontam diretamente para as portas do templo. Além disso, podem ser direcionadas remotamente para vigiar toda a área dos prédios usados pelas igrejas batistas, como já aconteceu antes.

Um membro de outra comunidade religiosa disse ao Forum 18, um site de notícias de direitos religiosos, que “a polícia pode ver quem ora, quem prega os sermões, quem participa dos cultos e se menores de 18 anos estão acompanhados pelos pais. Sentimo-nos vulneráveis, pois assim eles conseguem identificar qualquer pessoa e puni-la se quiserem”.  Membros dessas igrejas contaram que a polícia local alegou que não os vigiaria, mas também afirmou ter acesso e controle sobre as câmeras e as gravações. Outra comunidade comentou: “A polícia quer identificar todos que vão aos locais de culto para punir as pessoas que participam dos encontros”. 

Ajude cristãos atacados na Páscoa 

A violência contra cristãos que celebram a ressurreição de Jesus não se restringe a invasões policiais. Na Indonésia e no Sri Lanka, cristãos enfrentaram bombardeios e outras agressões enquanto celebravam a Páscoa e precisam de cuidados pós-trauma para se recuperarem das feridas.Saiba como ajudar e seja um com eles, neste momento de perseguição, dor e luto.

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