Cristãs norte-coreanas enfrentam diversos desafios ao se refugiarem na China. Além de precisarem fugir a noite para não serem vistas, elas necessitam de atravessadores para cruzar rios caudalosos e chegar em vida até o território chinês. 

Fonte: Portas Abertas

Mas isso é apenas o início de uma longa jornada de liberdade e novos grandes desafios que essa mulher enfrenta. Decidida a fugir da Coria do Norte para a China, ela está disposta a morrer para encontrar comida e condições mínimas de sobrevivência. Essa travessia foi muito comum durante a década de 1990, quando aconteceu um período de grave fome conhecido como Marcha Árdua. 

Atravessar um longo caminho a noite para não se pega pelos soldados do governo, depois ainda ter de contratar um desconhecido como atravessador e ter de enfrentar um rio caudaloso não era garantia de chegar ao outro lado viva. Mas muitas conseguem. 

Após vencerem os riscos da fuga da Coreia do Norte, as mulheres tornam-se presas fáceis para atravessadores, pois muitos fazem parte da rede de tráfico de pessoas na China. O resultado disso é que boa parte das refugiadas ilegais são vendidas para bordéis. Outras são arrematadas como esposas para gerar filhos de chineses afetados pela falta de mulheres no país. 

Esse tipo de comércio humano coloca as norte-coreanas no papel de “esposas” ilegais. “As autoridades chinesas nunca permitem que elas tenham documentos oficiais. Sem passaporte e identidade, elas não existem na China”, explica Rebecca*, uma das coordenadoras do trabalho com mulheres norte-coreanas. 

Por viverem de maneira clandestina, essas mulheres temem fugir e ser denunciadas pelo marido, parentes ou vizinhos. Caso isso aconteça, elas serão deportadas para a Coreia do Norte e recebidas como traidoras. A situação piora quando qualquer ligação com o evangelho é descoberta. “Se elas forem pegas com qualquer evidência de que tiveram contato com algum cristão ou sul-coreano, serão enviadas para um campo de prisioneiros políticos ou serão executadas”, explica a líder cristã.  

Rebecca é uma cristã que acompanha mulheres norte-coreanas vítimas de tráfico humano. Algumas foram vendidas pelos atravessadores para ser esposas e dar herdeiros a chineses no interior do país. Outras foram obrigadas a vender seus corpos em troca de alimentação e moradia. 

A líder cristã percorre longas distâncias em sigilo para que as refugiadas ilegais saibam quem Deus é e experimentem o amor dele por elas. Se Rebecca for descoberta, ela pode ser presa e as outras mulheres deportadas para morrerem na Coreia do Norte.

Para conhecer mais da história dessas mulheres e de Rebecca, assista ao vídeo A espiã – os riscos de amar como Jesus amou.

Uma luz na escuridão 

Portas Abertas trabalha para socorrer homens e mulheres norte-coreanos na China. Muitos são acolhidos nas casas abrigo onde recebem alimentação, roupa, remédios e aprendem mais sobre Deus. Refugiadas nas montanhas e nos campos são visitadas por outras cristãs camponesas e juntas adoram a Jesus e participam de estudos bíblicos.  

Boa parte das norte-coreanas nunca tiveram um contato com Jesus, por isso ficam confusas e desconfiadas. Elas tiveram experiências ruins e estão marcadas tanto física como emocionalmente. “Elas não ouvem as outras pessoas, estão apenas focadas em si mesmas. Mas com o passar dos anos, elas vêm para ouvir as palavras dos colaboradores de campo e compartilhar os versículos da Bíblia. Assim elas encontram a Cristo”, afirma Rebecca.  

Nesse ministério de apoio a norte-coreanas todos correm vários riscos. As líderes podem ser presas e condenadas pelo Estado chinês, já as participantes serão enviadas diretamente para a prisão na Coreia do Norte. Caso sejam flagradas com material cristão, toda a família delas terá o mesmo destino: os campos de trabalho forçado, onde não há condições mínimas de vida e os presos morrem de tanto trabalhar.  

Apesar do perigo, a missão de fortalecer cristãos norte-coreanos continua. Há mais pessoas sedentas para conhecer e se aprofundar no relacionamento com Jesus. As portas da Coreia do Norte podem parecer fechadas, mas muitos corações estão abertos para a semente do evangelho. 

Socorro para refugiadas norte-coreanas

Para fortalecer mulheres que fugiram da Coreia do Norte para a China e que estão, muitas vezes, a Campanha Socorro para Refugiadas Norte-Coreanas acolhe essas mulheres em casas abrigo, onde ouvem o evangelho e recebem recursos para sobreviver. Clique e saiba mais. 

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