Com suas vidas em modo de espera, aqueles que fugiram do Afeganistão pedem: “Por favor, não se esqueçam de nós!”

Fonte: Portas Abertas

Miranda (pseudônimo), uma colaboradora de campo da Portas Abertas, visitou refugiados afegãos em um local que não será identificado. Esses refugiados fugiram do Afeganistão antes da queda de Cabul, em 15 de agosto de 2021. Tudo começou quando o Talibã deu início a sua busca de conquistar o país, passo a passo, vila a vila, cidade por cidade.

No local, mulheres e crianças a esperavam na entrada do apartamento. Todos sorriam, dizendo palavras que que Miranda não entendia. A tradução veio do contato local: “Eles estão agradecendo a ajuda que receberam”. Ela entrou em um quarto pequeno onde foi recebida por três homens e uma mulher. Eles a convidaram a sentar em um chão coberto por carpete. A sala fechada ainda parecia gelada, já que era inverno e não havia aquecimento ou lareira no local. Algumas jovens afegãs entraram para servir chá e doces.

Miranda descobriu que os três homens eram afegãos. Um era médico, o outro cirurgião e o terceiro cantor. Cada um compartilhou sua história de vida e porque deixaram o Afeganistão. “O Talibã queria que eu trabalhasse para eles. Eu recusei e eles enviaram uma carta me ameaçando”, contou o médico. O cirurgião também experimentou a mesma coisa. Já o cantor compartilhou: “Eu cantava canções afegãs para viver. Mas minha carreira era considerada pecaminosa pelo Talibã. Além disso, eu tenho três filhas e o Talibã as pegaria como noivas, mesmo sem minha aprovação”.

Durante muitos anos o Afeganistão configurou entre os 10 países que mais perseguem cristãos no mundo, de acordo com a pesquisa anual feita pela Portas Abertas, publicada na Lista Mundial da Perseguição (https://bit.ly/ListaPerseguicao). Este ano, o país foi o primeiro da Lista, devido a retomada de poder do Talibã que obrigou muitos cristãos a fugirem do país ou se esconder, vivendo sua fé secretamente.

A vida de refugiado

Todos venderam tudo que tinham no Afeganistão para fugir. Apesar de fugirem daquela situação de risco, a vida de refugiado tem sido difícil. Eles não têm permissão para trabalhar e ganhar seu sustento, mas ainda precisam pagar anualmente pela renovação do status de refugiado. Também precisam pagar o aluguel do lugar onde ficam. “Não sabemos como gastar nosso dinheiro que é limitado – em comida, aluguel, remédios ou para renovar nosso cartão de refugiado”, disse uma mãe com um bebê em seus braços. 

Outra refugiada compartilhou: “O Talibã levou meu marido ao cruzarmos a fronteira. Meu filho, minhas três filhas e eu chegamos aqui, porém uma das meninas morreu por uma doença”. Enquanto a mãe contava sua história, a expressão no rosto do filho mostrava claramente raiva, amargura e ódio. Era possível identificar uma dor muito profunda.

Socorro imediato

Quão difícil é ser um refugiado? Qual futuro há para eles? Aquilo que mais precisam é de esperança. “Não se esqueçam de nós!”, pediram. Por meio do seu apoio, a Portas Abertas ajuda famílias de refugiados com ajuda prática e se mantém presente em tempos de necessidade. “Vocês são os únicos que vieram até nós”, disseram.

Ainda há muito a fazer. E, sim, você pode ajudar de forma prática, participando da Campanha que provê comida, água potável e moradia aos cristãos afegãos que fugiram para países da Ásia Central. Mas também é possível oferecer esperança por meio da oração, para que conheçam a fonte de esperança: Jesus Cristo. Para saber mais e ajudar, acesse https://bit.ly/AjudeAfeganistao

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