Cristãos na Bielorrússia, na Europa Oriental, pedem oração “incessante” até que a paz seja restaurada no país

Fonte: Portasabertas

Em uma declaração conjunta, a União dos Batistas Cristãos Evangélicos, a Igreja Unida dos Cristãos da Fé Evangélica e a Associação Religiosa das Comunidades do Evangelho Pleno fizeram um apelo para que cristãos do mundo todo “orem pelo fim da violência e do derramamento de sangue, e por todos os afetados e suas famílias. Ore para que o Senhor nos salve do ódio, vingança e ressentimento”.

O país tem vivido protestos generalizados e confrontos violentos desde as eleições presidenciais no início de agosto que, segundo a oposição, foram manipuladas em favor do presidente em exercício Alexander Lukashenko. Lukashenko está no poder desde as primeiras eleições democráticas do país após o colapso da União Soviética em 1994.

O presidente mais antigo da Europa é conhecido como um autocrata que, aliando-se à Rússia, manteve muitas das políticas russas em vigor, incluindo a KGB, a polícia secreta.

De acordo com um analista da perseguição da Portas Abertas, embora a liberdade religiosa seja restrita, os cristãos na Bielorrússia não enfrentaram os níveis de pressão de outros países.

“A pressão sobre os cristãos não ortodoxos na Bielorrússia vem principalmente de duas fontes: o regime do presidente Lukashenko e o outro da Igreja Ortodoxa, que tem uma posição privilegiada no país”, disse ele. A Igreja Ortodoxa não pratica necessariamente atividades evangelísticas e por isso não incomoda o Estado. O governo interfere nos assuntos religiosos das igrejas não ortodoxas por meio de processos de registro e controles financeiros. Ele só tem liberado registro para igrejas ortodoxas ou que atendam aos interesses do estado.

Segundo o analista, na atual crise política, os cristãos estão divididos. “Os ortodoxos apoiam o presidente Lukashenko, com protestantes e católicos mantendo uma distância maior do governo, embora os católicos tenham pedido negociações”.

“Até agora, não vi protestantes ou católicos participando abertamente das manifestações”, disse ele. “Presumo que seja porque eles sabem que haverá retaliações se o fizerem. É assim há anos. Mas isso não os impede de pedir orações”.

A Bielorrússia figurou entre os 50 países da Lista Mundial da Perseguição entre os anos 2000 e 2012. O motivo pelo qual não apareceu desde então é que a pressão sobre os cristãos não tem sido tão alta como em outros países.