Vítimas de discriminação e intolerância, os cristãos paquistaneses são marginalizados e vivem nas áreas mais pobres e vulneráveis.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA ICC
Líderes da Igreja e ativistas de direitos humanos no Paquistão estão se manifestando contra um vídeo no qual um clérigo islâmico alega que sua organização está usando a ajuda alimentar oferecida devido à Covid-19 para converter não-muçulmanos ao islamismo.
Os cristãos paquistaneses afirmam que esse clérigo e sua organização estão usando mal a pandemia para abusar das minorias religiosas já perseguidas pelo Paquistão.PUBLICIDADE
No Mandi Channel, uma emissora de TV islâmica no Paquistão, o clérigo islâmico afirma que sua organização, chamada Dawat-e-Islami, está convertendo não-muçulmanos ao Islã usando a ajuda alimentar Covid-19.
Ele mostrou como exemplo um homem que recentemente se converteu ao Islã em troca de comida.
“Os funcionários da organização ofereceram a ele conversão em troca de alimentos, e ele aceitou”, afirmou o clérigo. Ele disse ainda que o homem convertido foi renomeado como Muhammad Ramdan e começou a seguir o ritual islâmico do jejum.
Aproximadamente 45% da população do Paquistão vive abaixo da linha da pobreza, ganhando a maior parte de sua renda através de trabalhos diários.
O bloqueio nacional do Paquistão, que começou em 21 de março, impediu muitos desses trabalhadores de ganhar seu sustento.
A comunidade cristã do Paquistão foi particularmente afetada pela pandemia do Covid-19. Devido à ampla discriminação e intolerância, os cristãos paquistaneses foram marginalizados para áreas mais pobres e vulneráveis da sociedade. Muitos cristãos dependem dos trabalhos diários que foram restringidos pelo bloqueio.
Além desses desafios, surgiram relatos de ajuda alimentar aos cristãos. Desde o início do bloqueio, a International Christian Concern (ICC) documentou pelo menos quatro incidentes em que os cristãos receberam ajuda alimentar por causa de sua identidade religiosa.
Presos em uma situação desesperadora, os líderes cristãos no Paquistão temem que outras instituições de caridade islâmicas sigam o exemplo de Dawat-e-Islami e vinculem a conversão religiosa à ajuda.
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