Recentemente, uma família inteira cometeu suicídio em um desses campos. Saiba mais sobre essa realidade
Fonte: portasabertas
O refugiado da Coreia do Norte Timothy Cho vive hoje em um país livre, mas compartilha que nasceu em um vilarejo a cerca de 200 quilômetros de um lugar chamado Campo de Concentração Yodok ou, em coreano, Kwan-li-so número 15, na Coreia do Norte. O lugar é chamado de “inferno na terra” e, recentemente, quatro pessoas da mesma família cometeram suicídio lá. A família estava no campo há cerca de seis meses e tirou a própria vida porque não tinha esperança de um dia ser livre da prisão.
Cho nos conta um pouco sobre o Campo de Concentração Yodok. Ele é localizado na parte norte da Coreia do Norte e tem capacidade para 50 mil prisioneiros políticos condenados a prisão perpétua. O regime prende pessoas nesse campo por supostos crimes políticos, mas a maioria das famílias dos prisioneiros não sabe por que nem como eles foram parar lá.
Os prisioneiros não são considerados seres humanos, então não há nenhuma iniciativa para manter as famílias unidas no campo. Mas no caso da família em questão, um dos pais estava envolvido em um projeto científico, por isso foram recompensados pelas autoridades da prisão com autorização para se encontrar. Eles aproveitaram a oportunidade para tirar a própria vida juntos, como publicado no DailyNK, um jornal on-line com base na Coreia do Sul especializado em notícias da Coreia do Norte.
A experiência de um cristão refugiado
Cho conta que depois que fugiu para a China foi repatriado para a Coreia do Norte. Nessa época, experimentou as piores circunstâncias no Centro Nacional de Investigação da Inteligência. Em uma pequena cela havia mais de 50 pessoas. Cho relembra: “Era tão apertado, que cada um tinha que se encostar nas costas do outro. Recebíamos uma pequena porção de sopa de macarrão a cada refeição. Era um processo de tortura, violência física e impossibilidade de dormir até que você contasse para eles tudo o que soubesse e então fosse enviado para um campo”.
Cho conseguiu escapar de lá, mas sabe que a realidade nos campos e prisões da Coreia do Norte não é conhecida por muitos. Segundo ele, estima-se que haja 200 mil pessoas vivendo em uma rede de campos de trabalho forçado na Coreia do Norte. Entre eles, a Portas Abertas estima que de 50 a 70 mil sejam cristãos. Atividades cristãs são vistas como uma ameaça na Coreia do Norte, pois os cristãos ousam acreditar em um poder mais alto que o da família Kim, o que é inaceitável para o regime. Quando um cristão é descoberto, toda sua família é enviada para esses campos. Refugiados da Coreia do Norte falam sobre cristãos sendo esmagados por rolos a vapor e usados para testar armas biológicas, ou pendurados em uma cruz sobre uma fogueira.
Vivendo hoje no Reino Unido, Cho compartilha: “Através da minha fuga da Coreia do Norte para a China e depois para o Reino Unido, vi que existem fortes raízes cristãs em Pyongyang e acredito que isso indica que haverá um tempo de avivamento, como o de 1907. Por isso, ore pelos que se preparam para que a mudança aconteça nessa terra. Quando Deus mandar o vento, seu povo em todo o mundo pode ajudar a construir os botes, e as velas estão nas mãos dos norte-coreanos”.
Estenda a mão aos cristãos norte-coreanos
Ajude cristãos norte-coreanos refugiados na China a saberem que não estão sozinhos nesta batalha. A Portas Abertas pretende beneficiar 61 mil pessoas em dois anos com comida, medicamentos e roupas. Sua doação permite que a ajuda chegue até eles.
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