Partido Comunista pressiona ainda mais os cristãos no país
Um contato local do Portas Abertas relatou recentemente que o Departamento de Assuntos Religiosos da província oriental da China, Zhejiang, exigiu que todos os locais religiosos instalassem placas em suas entradas que diziam: ‘Ame o partido comunista, ame o país e ame a religião’ na entrada de seus prédios. Acredita-se que Zhejiang seja a primeira província a executar esta política para testar a água.
Li*, especialista em perseguição e contato local da Portas Abertas na China, expressa sua preocupação: “Alguns crentes podem ficar mais confusos se estão indo a uma igreja ou a uma propriedade do governo. Os líderes da igreja também podem enfrentar um maior grau de interferência das autoridades, especialmente na tomada de decisões da igreja. O governo aparentemente está dando um passo adiante para formalizar o setor religioso. Mais locais religiosos ‘ilegais’ continuarão a ser reprimidos.”
“Agora é esperar para ver. Observaremos mais sobre o que acontecerá nos próximos dias e discerniremos nossos próximos passos”, compartilha Yuhua*, pesquisador local Portas Abertas.
Anteriormente, as igrejas oficializadas e que têm permissão do governo para funcionar já eram obrigadas a colocar cartazes que declaram claramente os 12 Valores Socialistas Essenciais, escritos em 24 caracteres chineses: ‘prosperidade’, ‘democracia’, ‘civilidade’ e ‘harmonia’; os valores sociais de ‘liberdade’, ‘igualdade’, ‘justiça’ e o ‘estado de direito; e os valores individuais de ‘patriotismo’, ‘dedicação’, ‘integridade’ e ‘amizade’. Além disso, é obrigatório que as entidades religiosas hasteiem a bandeira nacional fora dos recintos. É claramente visto como a vontade e determinação do Partido Comunista em promover o patriotismo ao seu povo e remover qualquer elemento ocidental que seja visto como uma ameaça à estabilidade do país.
A China ocupa o 16º lugar na Lista Mundial da Perseguição 2023, que classifica os 50 países onde os cristãos são mais perseguidos. O endurecimento das restrições e o aumento da vigilância estão colocando os cristãos na China sob intensa pressão. Devido ao aumento da vigilância e das restrições, muitas igrejas domésticas pararam de fazer encontros com grupos maiores e tiveram que dividir os encontros em grupos menores. Outros costumavam se encontrar online, mas isso se tornou mais difícil já que as autoridades chinesas estão mais atentas às atividades online. Vários cristãos foram presos e condenados, muitas vezes acusados de operações comerciais ilegais, fraude e de agirem contra a segurança do Estado, ou em termos vagos, “criarem problemas”.
*Nomes alterados por motivos de segurança.
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