Exército birmanês alega que cristãos ameaçam o governo
Fonte: Portas Abertas
O seminário teológico kachin, no Norte de Mianmar, ficou seriamente danificado por causa de um ataque no dia 4 de novembro. O portal de notícias Myanmar Now afirmou que o atentado aconteceu em área civil, ou seja, fora das zonas de guerra. Quatro estudantes ficaram feridos.
Uma voluntária que ajudou os estudantes feridos a chegarem ao hospital disse que o dormitório do seminário foi atingido por estilhaços: “Eles ficaram feridos porque o míssil atingiu uma árvore antes de alcançar o prédio do seminário. Não consigo imaginar o que teria acontecido se o impacto fosse direto no edifício”.
Desde o golpe em fevereiro de 2021, os militares birmaneses desencadearam uma repressão sangrenta contra qualquer pessoa ou grupo visto como oposição. O conflito gerou uma guerra civil que tomou o país. “Ofuscada pela guerra na Ucrânia, a guerra civil em Mianmar continua avançando. Os militares estão no poder há 18 meses e a situação continua fora de controle”, disse um especialista da Portas Abertas.
Trauma, desencorajamento e fome
Os cristãos em Mianmar estão cercados de todos os lados pelo conflito. Milhares deles perderam casas e bens. Além disso, inúmeras igrejas foram destruídas em ataques sob a falsa denúncia de que apoiam a oposição secretamente. A violência forçou mais de 1,4 milhões de pessoas a deixarem as casas. Entre os deslocados internos, 40 mil são crianças.
A violência está afetando cristãos de diversas formas: “Além do trauma, muitos enfrentam a falta de itens básicos de higiene e alimentos. Espiritualmente, eles enfrentam grandes desafios também e têm dificuldade em encontrar aconselhamento, pois as igrejas ficaram sobrecarregadas depois dos ataques”, disse um parceiro local.
A Portas Abertas está organizando seminários de aconselhamento e treinamento de líderes e também oferece cestas de alimentos, Bíblias e outros itens urgentes para os cristãos deslocados em Mianmar.
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