Elmira Pasquini deixa um legado de fé e engajamento com a Igreja Perseguida
Aos 95 anos, completados no dia 1º de janeiro, Elmira Pasquini entrou para o descanso do Senhor nesta sexta, 25/02, por causas naturais. Foi por iniciativa e grande empenho dessa guerreira de oração que o escritório da Portas Abertas foi fundado no Brasil, em 1978.
O primeiro contato dela com a realidade da Igreja Perseguida foi com a leitura do livro “O Contrabandista de Deus”, best-seller do Irmão André, que havia fundado a Open Doors em 1955, na Holanda. Em uma conferência da International Hospital Christian Fellowship (Aliança Cristã Hospitalar Internacional, IHCF), na Áustria, em 1972, ela conheceu o Irmão André pessoalmente. Quando teve oportunidade de conversar com ele, perguntou: “Quando você irá para o Brasil?”, e a resposta imediata foi: “Ore”.
Em 1977, Elmira recebeu a informação de que o Irmão André passaria pelo Brasil e falaria no Maracanã. Ela foi para o Rio de Janeiro para participar do evento e conseguiu marcar uma reunião com o Irmão André em São Paulo. Ela também organizou uma reunião de oração pelos cristãos perseguidos com a presença do Irmão André na Igreja Batista da Liberdade. O encontro, que contou com mais de mil pessoas, foi um marco de oração pela Igreja Perseguida.
As ofertas levantadas nas visitas do Irmão André foram destinadas ao estabelecimento do ministério da Portas Abertas no Brasil, que se deu oficialmente em 1º de maio de 1978. Durante um bom tempo, a organização funcionou na casa da Irmã Elmira.
Ela foi uma mulher determinada e de muita coragem. “Ela tinha um senso de urgência diferenciado e uma convicção de que deveria agir. Ao receber um direcionamento de Deus ela não ficava parada. E foi assim com a fundação da Portas Abertas no Brasil”, disse o secretário-geral da organização, Marco Cruz.
Apoio constante
Elmira fez parte da diretoria da Portas Abertas Brasil por pelo menos mais três anos. Mas mesmo depois de se desligar da diretoria, sempre fez questão de acompanhar o trabalho de perto. Era leitora assídua da Revista Portas Abertas.
Ao longo dos anos, ela ligava para o escritório da Portas Abertas regularmente. Mesmo já com as limitações devido à idade avançada, ela via os nomes de quem participou na produção da revista e pedia para falar com cada um. Ela queria saber como os colaboradores estavam e se preocupava com o bem-estar do secretário-geral.
Segundo Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas Brasil, ela sempre tinha uma palavra de encorajamento a ele e à equipe. “Sou grato a Deus pela vida e o legado da irmão Elmira. Nossas conversas por telefone, no escritório da Portas Abertas e em sua casa em Atibaia me farão falta. Ela sempre tinha uma palavra de encorajamento. Fazia questão de saber como estava a família, o trabalho da Portas Abertas e a equipe. Lembrava-se de alguns nomes e compartilhava comigo como ainda falava sobre a Igreja Perseguida em sua igreja e sempre que tinha uma oportunidade”.
Ela acompanhava o andamento do ministério e se importava com o número de parceiros no Brasil, pois era uma intercessora ativa e fazia todo o possível para que a causa dos cristãos perseguidos fosse conhecida por mais pessoas. Certa vez, ela disse: “Conhecer a Portas Abertas foi o maior privilégio que eu tive”.
Marco ainda lembra que ela não se orgulhava ou se gabava de seus feitos. “Ela sempre repetia: ‘sabe por que a organização cresceu? Porque eu não fiz nada, foi Deus quem fez’. Ela fará falta neste mundo. Oramos e pedimos o consolo do Espírito Santo para a família, amigos e para nós todos”, completa o líder
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