Anistia Internacional relada que cristãos refugiados são os mais visados e perseguidos

Dia 20 de junho, é o Dia Mundial do Refugiado. Mas essa não é uma data para ser comemorada, mas sim lembrada com orações e súplicas. Principalmente diante do atual cenário de intolerância, guerras e perseguições que deram início a uma das piores crises migratórias da história da humanidade. Os refugiados são aqueles que estão fora de seu país natal por conta do medo da perseguição relacionada a conflitos armados, questões de raça, religião, nacionalidade, pertencimento a grupo social ou opinião política, bem como violação grave e generalizada de direitos humanos.

De acordo com a agência da ONU para refugiados, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), no meio de 2020, cerca de 80 milhões de pessoas estavam em situação de deslocamento, ou seja, foram forçadas a deixar seus locais de origem por diferentes tipos de conflitos. Isso representa quase o dobro dos 41 milhões que estavam nessa situação em 2010 e chega a aproximadamente 1% da população mundial. Desses, 26,3 milhões são refugiados. Entre refugiados e solicitantes de reconhecimento da condição de refugiado somam-se 33,8 milhões de pessoas.

De todos os refugiados no mundo, 67% vieram de apenas cinco países: Síria (6,6 milhões), Venezuela (3,7 milhões), Afeganistão (2,7 milhões), Sudão do Sul (2,3 milhões) e Mianmar (1 milhão). Muitas grandes crises contribuíram para o deslocamento massivo na última década. Os números também incluem pessoas que foram deslocadas mais de uma vez. Essas crises incluem, mas não se limitam, a guerra na Síria; a crise de deslocamento no Sudão do Sul, após sua independência; o fluxo massivo de refugiados de Mianmar para Bangladesh; a saída de venezuelanos por toda a América Latina e Caribe; a crise na região africana do Sahel, onde conflitos e mudanças climáticas estão colocando em risco muitas comunidades; a renovação do conflito e preocupações de segurança no AfeganistãoIraqueLíbia e Somália; o conflito na República Centro-Africana; o deslocamento interno na Etiópia; novos surtos de conflito e violência na República Democrática do Congo e a grande crise humanitária e de deslocamento no Iêmen.

Qual a relação entre os refugiados e a perseguição?

Aproximadamente 18 mil cristãos vivem em campos de refugiados na República Centro-Africana devido a ataques radicais islâmicos

A maioria dos países afetados estão na Lista Mundial da Perseguição 2021 e na Lista de Observação, o que quer dizer que os cristãos também são afetados. Muitos precisam abandonar suas casas e vilas para se refugiar em outras cidades ou países, sob condições mínimas de sobrevivência, apenas por seguir a Jesus Cristo. De acordo com o relatório da Anistia, em países do Oriente Médio e da África Subsaariana, os refugiados cristãos são particularmente visados. Eles estão sujeitos a sequestro, tortura, roubos e agressões físicas por gangues e traficantes de pessoas, além de abusos cometidos por grupos extremistas. Por isso, eles precisam cada vez mais de nossas contribuições e orações.

Ao longo dos anos, mostramos as condições de irmãos e irmãs que, como fugitivos, precisam abandonar casas e vilas para se refugiar em outras cidades, sob condições mínimas de sobrevivência, apenas por seguir a Jesus Cristo. Em diversos países, a ação de grupos islâmicos extremistas como o Estado Islâmico no Oriente Médio e o Boko Haram na África, também leva muitos cristãos a zonas de refúgio. A fim de expor o islã radical, os grupos utilizam de violência, mesmo que os governos se declarem laicos. O grupo mais hostilizado nesse contexto é o cristão, por se negar a se declarar muçulmano e não negar o nome de Jesus. Ao não seguir as regras de grupos extremistas ou não se converter ao islamismo, a única saída é ir embora.

Como os cristãos auxiliam os refugiados?

Nos locais que abrigam cristãos, há igrejas dedicadas ao serviço de refugiados, além de vários projetos da Portas Abertas em andamento, em que muitos voluntários e colaboradores se preocupam com as necessidades físicas, emocionais e espirituais de cada um deles. No entanto, em alguns países, a demanda é maior que o oferecido, principalmente quando a igreja local ainda tem de lidar com a discriminação religiosa na própria sociedade.

Crianças recebem comida em campo de refugiados na Nigéria
Crédito: Portas Abertas

A Síria, país que ocupa a 12ª colocação na Lista Mundial da Perseguição 2021, vive a maior crise de refugiados do mundo. De lá, saíram fugidos Abud*, a esposa e os quatro filhos para viver em uma tenda solitária, armada em um campo aos arredores de Zahle. Essa é uma das muitas famílias muçulmanas que recebem o apoio da igreja local. “Disseram-nos que a igreja distribuía comida. Ela realmente nos dá um bom apoio”, compartilharam. Um dos colchões dispostos no chão também foi doado pela igreja, que recebe apoio da Portas Abertas para o socorro de refugiados sírios.

Butros*, um voluntário da igreja local, tem 450 famílias sob sua responsabilidade. Ele e sua igreja entendem como sua tarefa ajudar refugiados da Síria. Quase toda a congregação está envolvida, seja na doação de alimentos, cobertores, fogões, combustível, visitas ou ao providenciar estudo para as crianças.

Refugiados norte-coreanos

Além da fome espiritual, a falta de alimento físico é uma realidade na Coreia do Norte desde os anos 1990. Por isso, norte-coreanos geralmente fogem para a China para conseguir comida e então voltam.

Com base nessa situação, a Portas Abertas oferece alimento, remédios e roupas para cristãos norte-coreanos que fogem para a China. Doe agora e sacie a fome de refugiados cristãos da Coreia do Norte. Uma doação fornece alimento, remédios e roupas para cristãos norte-coreanos refugiados na China.