Em seu aniversário, o contrabandista de Deus aponta novos desafios para a igreja global

Fonte: Portas Abertas

o dia 11 de maio de 1928, nascia Anne van der Bijl, em Witte, Holanda. O menino era um dos seis filhos de um ferreiro e de uma dona de casa. Hoje, o garoto virou um homem que é destaque no mundo pela ousadia em dizer sim ao chamado de Jesus. Ele se tornou um pioneiro na missão de levar Bíblias e esperança até centenas de cristãos que vivem em países fechados para o evangelho.

A conversão de Anne aconteceu em 1950 e, cinco anos depois, passou a rodar pelos países comunistas com um fusca azul abarrotado de Bíblias para entregar aos cristãos locais. Foi nesta época que ele adotou o pseudônimo Irmão André, como é conhecido mundialmente hoje. Em uma viagem que fez pela Alemanha Oriental, um pastor o comparou ao José do Egito que procurava os irmãos a pedido de Jacó.

“Hoje ainda procuro meus irmãos e irmãs do mundo inteiro que sofrem por causa da fé — não só porque eles precisam de mim, mas porque eu preciso deles. Todos fazemos parte da mesma fraternidade de cristãos, que a Bíblia chama de corpo de Cristo. Precisamos uns dos outros. Todos somos chamados a realizar a obra de Deus — juntos”, explica o fundador da Portas Abertas.

O que aconteceu com o Irmão André após a queda do regime soviético?

Com a criação da Portas Abertas, a principal missão do Irmão André e de outros parceiros era levar encorajamento para os cristãos que viviam no Leste Europeu e na União Soviética. Mas, com a queda do Muro de Berlim e fim da Guerra Fria e do Império Soviético, novos objetivos foram traçados.

“Assim, com a abertura oficial do bloco soviético, nós deslocamos uma parcela maior de nossos recursos para outras regiões onde a igreja sofre nas mãos de governos opressores, especialmente no mundo muçulmano”, justifica o líder cristão. Muitos países mudaram, mas a missão continua a mesma: “Fortaleça o que resta e que estava para morrer”, Apocalipse 3.2.

O despertamento do Irmão André para o mundo muçulmano aconteceu quando um pastor do Irã o convidou para visitar o país, após uma conferência, no fim da década de 1970. O fundador da Portas Abertas achava que não havia igrejas em países islâmicos.

Qual foi o primeiro país muçulmano a ser visitado pelo Irmão André?

Em 1981, o Irmão André desembarcava no Irã, enquanto acontecia a guerra entre o país e o Iraque. O caos em Teerã já começava no aeroporto, quando centenas de pessoas aguardavam horas pela bagagem e “brigavam, berravam e xingavam-se de tão irritadas”. O clima de desordem e tensão continuou por todo o caminho até a igreja. “Dentro da igreja havia uma pequena livraria onde se viam exemplares de O Contrabandista de Deus, recentemente publicado na língua persa”, relembra o Irmão André.

Pela desorganização do país, aquela igreja pôde usar a mesma licença cinco vezes para imprimir mais Bíblias e mais muçulmanos passaram a frequentar os cultos e ouvir sobre o amor de Jesus. Depois daquela visita, os olhos do Irmão André e da Portas Abertas se abriram sobre os problemas das igrejas em contexto muçulmano. Então, pequenos projetos começaram a ser financiados para o fortalecimento dos cristãos no Irã.

Em 1993, o Irmão André participou como palestrante de uma conferência de pastores no Paquistão e lá conheceu o pastor iraniano Haik Hovsepian. “Fiquei extremamente impressionado com o fervor desse irmão e com os desafios que ele lançava. Uma coisa é palestrar sobre perseguição e sofrimento com base em um conhecimento livresco; outra bem diferente é ensinar com base na experiência pessoal”, relembra o Irmão André no livro “O Contrabandista de Deus – desafiando os limites da fé”.

Por que o Irmão André considera o islã como o maior desafio da igreja atual?

Algum tempo depois, o pastor Haik Hovsepian desapareceu enquanto se dirigia ao aeroporto de Teerã para buscar um amigo, ele tinha sido sequestrado e morto. O Irmão André acredita que o islã representa o maior desafio da igreja hoje. Não por causa de sistemas políticos ou econômicos, mas porque os cristãos não têm a mesma dedicação, determinação e força de muitos grupos muçulmanos. Falta um compromisso radical dos seguidores de Jesus que seja nítido na maneira como vivem.

“Por esse motivo, venho dedicando o resto de minha vida ministerial a estes dois objetivos: ir aos muçulmanos em nome de Jesus, e fazer o que posso para fortalecer a igreja do mundo muçulmano. De fato, é o que sempre fiz, mas como estou agora concentrado em um grupo que parece ser absolutamente fechado aos cristãos, sinto-me como se tivesse começado uma carreira totalmente nova”, conclui.

Como é possível fortalecer as igrejas em países muçulmanos e alcançar mais seguidores para Jesus?

Segundo o Irmão André, o medo e a postura que os cristãos tiveram em relação à União Soviética fizeram com que as pessoas fossem vistas como “terríveis e perversos comunistas”. Esse sentimento os levou a serem vistos como inimigos e adiou por tanto tempo a queda do sistema. Quando, na verdade, o único inimigo dos cristãos é o diabo.

“Hoje, muitos de nós imaginamos os muçulmanos como inimigos. São todos terroristas que sequestram nossos aviões, explodem nossas embaixadas e tomam pessoas inocentes como reféns. Isso não é falso, mas enquanto os enxergarmos dessa forma não será possível levar o evangelho a eles. Deus não pode nos usar assim”, finaliza.

Onde o Irmão André mora e como está o trabalho da Portas Abertas?

Hoje, o irmão André vive na Holanda sob os cuidados dos cinco filhos e 11 netos. E a Portas Abertas está presente em mais de 60 países fortalecendo a Igreja Perseguida por meio de projetos que envolvem distribuição de Bíblias e literatura cristã, treinamentos, ajuda socioeconômica e ações institucionais (consultoria jurídica, pesquisa e presença).

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Para saber mais sobre a história do Irmão André, os dois livros já lançados da trilogia O Contrabandista de Deus, estão disponíveis neste link