Como uma jovem convertida da África Subsaariana enfrentou diversos desafios para manter a fé em Jesus

Fonte: Portas Abertas

Ruth*, uma jovem etíope de apenas 22 anos, veste um avental de cabeleireira como uniforme de trabalho e se preocupa a cada mês se conseguirá pagar o aluguel. Ela teve que crescer rapidamente. “A área de onde venho é dominada por uma religião tradicional, então é difícil viver como cristã. A família e a comunidade são ditadas por tradições e rituais. Por ser uma cidade muito pequena, quase todo mundo se conhece. Se você é cristão, eles saberão e se recusarão a conversar com você ou ter qualquer tipo de relacionamento. Minha família não fala comigo de jeito nenhum.”

Ruth conheceu Jesus com 14 anos quando a mãe de uma amiga compartilhou o evangelho. “‘A salvação é só por meio de Cristo’. Quando ouvi isso, eu disse sim.” Aprender que Deus não exige rituais para manter um relacionamento tornou a decisão fácil. Entretanto, por ainda ser jovem, não previu a repercussão que isso teria. Por dois anos, Ruth cultuou secretamente em uma pequena igreja local. Então a família descobriu uma Bíblia em seu quarto. Rapidamente, os sonhos que tinha desapareceram. A família a abandonou e os amigos a ignoravam.

Confira o depoimento de Ruth


“O isolamento é doloroso. É difícil entender como minha família, que costumava me amar, pôde de repente me odiar. Tudo isso cria sentimentos horríveis.” Ainda assim, Ruth permaneceu esperançosa, mesmo as coisas não acontecendo da forma que imaginara. “Quando era criança, sonhava em estudar. Queria chegar a níveis altos e não ficar para trás. Todos os meus amigos continuam estudando e alguns até já se graduaram. Quando vejo isso, fico realmente triste.” Apesar disso, Ruth mantém um forte controle das emoções e a fé em Deus. “Que Deus seja louvado, mesmo se a vida está difícil e não estou vivendo o que imaginei. Eu continuo dizendo que amanhã será melhor.”


Ruth passou a morar com alguém da igreja, mas sem apoio, começou a fazer trabalhos domésticos. A igreja entrou em contato com a Portas Abertas, que a ajudou a completar um curso vocacional em 2021. “A organização me permitiu fazer um curso rápido de cabeleireira. Eu queria trabalhar para conquistar algo que pudesse chamar de meu. Queria mudar minha vida.”
 

Novo começo


Atualmente Ruth tem o acompanhamento do pastor da igreja local na nova cidade onde vive


Após o treinamento, ela se mudou de cidade e, com a ajuda da Portas Abertas, abriu um pequeno salão de beleza. Mesmo com dificuldades, ela começou um novo negócio. Porém, a economia na Etiópia desacelerou por causa dos conflitos armados no país e da COVID-19. Muitos têm dificuldade para sobreviver. “Eu perguntei para alguns clientes: ‘Por que você parou de vir?’ e eles disseram: ‘Você não sabe como a vida está cara? Eu devo cortar o cabelo ou me alimentar?’. Cortar o cabelo se tornou um trabalho sazonal. Estou ocupada apenas durante feriados, Natal, Páscoa ou quando há casamentos. Caso contrário, não há muito a ser feito. Então faço outros trabalhos para me manter.”


Além disso, Ruth precisa de apoio constante para as necessidades emocionais e espirituais. O pastor da igreja local e outras pessoas acompanham como ela está. Apesar disso, Ruth ainda não tem amigos com quem compartilhar alegrias e dificuldades, além de passar tempo junto. “Já que sou nova aqui, não conheço ninguém. Todo domingo, fecho minha loja e vou para a igreja. Escuto a palavra, cultuo e volto para casa. Até agora, não tive tempo para fazer amigos. A igreja na minha cidade era muito pequena e todos nos conhecíamos bem, mas a igreja aqui é grande.” Ruth pediu ao pastor para participar de um grupo de estudo bíblico.


“Eu conheço Ruth da cidade dela. Ela cultuava na igreja em que eu servia. Por não conhecer ninguém aqui, entrou em contato comigo. Disse que estava sozinha e precisava de ajuda, apoio e acompanhamento espiritualmente”, compartilhou o pastor Berhanu. Ele entende a importância do apoio aos jovens: “As pessoas enfrentam diversos desafios ao pedirem ajuda à igreja. Então vemos qual a melhor forma de ajudar e priorizamos quem está sozinho, sem ninguém para ajudar. Também os encorajamos a participarem ativamente da igreja”. Ruth disse: “Eu quero ser ativa e trabalhar, ter algo mais do que só para mim, mas para compartilhar com outros”. A juventude na África Subsaariana tem o potencial para fazer o evangelho avançar e ajudar a igreja a permanecer fiel à grande comissão. Doe Bíblias para que suas vidas sejam impactadas pelo evangelho.

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