Em algumas regiões do México, a conversão ao Cristianismo é um grande desafio que muitas vezes confronta os crentes com a compreensão de que sua nova vida em Cristo pode ser difícil.
Fonte: Portas abertas
Cristãos que vivem em comunidades onde a maioria da população não é evangélica, logo descobrem que abandonar as crenças tradicionais os torna um alvo daqueles que não toleram outras religiões. Com sua nova vida cristã, muitas vezes vem a ameaça de perseguição, assédio, falta de liberdade e, em muitos casos, expropriação.
Desde 2011, um grupo de sete famílias da comunidade de Três Amores, em Chiapas, vive com a ameaça de expulsão pairando sobre suas cabeças.
Eles também tiveram que encontrar maneiras de fornecer água e eletricidade para suas famílias porque as autoridades locais cortaram os serviços essenciais. Normalmente, uma vez que as pessoas nessas comunidades se convertem ao cristianismo, elas param de participar de práticas e rituais católicos tradicionais e se recusam a pagar quaisquer encargos financeiros. O que acontece então é que se segue um conflito amargo entre os cristãos e os líderes indígenas locais.
A pressão crescente contra essas sete famílias, que juntas somam 42 pessoas entre homens, mulheres e crianças, começou quando todos se recusaram a contribuir com 400 pesos mexicanos (US $ 20,00) por família para as festividades locais anuais.
Na época, a única opção que tinham era contratar um advogado para assumir o caso. A solução alcançada foi parcial. Chegaram a um acordo condicional pelo qual teriam que pagar os 400 pesos ((US $ 20,00) pelas festividades ou ocupar um cargo em uma das repartições municipais. Na recusa dessas duas opções, teriam que pagar multa de 5.000 pesos (US $ 247,00) e, para cada evento em que se recusarem a comparecer, o governo local cobrará uma taxa adicional de 100 pesos (US $ 5,00).
Vivendo uma contradição insustentável
Nos últimos seis anos, essas famílias cristãs tiveram que participar contra sua vontade nas festividades e rituais tradicionais que abandonaram quando se converteram. Alguns expressaram o desejo de parar de cooperar completamente.
Um dos voluntários do Portas Abertas no campo, o Pastor Humberto, ciente da batalha espiritual pela qual essas famílias estão passando, os convidou a participar do workshop “Fortes na Tempestade”. O treinamento foi realizado no dia 27 de outubro na cidade de Três Amores, ao lado de outro pastor de uma comunidade próxima.
Comentando sobre os desafios que essas famílias enfrentam, o pastor Humberto disse que “este grupo de cristãos requer muito apoio espiritual porque tem medo das autoridades locais”. Acrescentou que o acordo alcançado entre os dirigentes locais e as famílias cristãs estipula que “enquanto continuem a contribuir para a Igreja Católica, serão livres para professar a sua fé, mas se recusarem cooperar, serão expulsos da comunidade. “
Há apenas três meses, uma das mulheres cristãs afetadas por esta situação disse às autoridades que não queria mais cooperar. Ela então foi multada em 1.000 pesos (US$ 50,00) por violar o acordo. Outra mulher, Lorena Solis, também se recusou a aceitar o cargo de organizadora das celebrações católicas da cidade. As autoridades então a multaram em 5.000 pesos (US$ 247,00).
A Portas Abertas no México, tem feito diversas ações para ajudar essas famílias: workshops de treinamento, grupo de estudo da Bíblia, visitas do pastor Benigno, e apoio financeiro de até 5.000 pesos (US $ 247,00) para a criação de um projeto de pequena empresa que os ajudará a custear suas despesas anuais, incluindo as contribuições para a comunidade.
O estado de Chiapas, no sul, aparece em segundo lugar na lista de locais com maior nível de marginalização e exclusão econômica depois do estado de Guerrero, de acordo com dados fornecidos pelo Conselho Nacional de População do México (CONAPO) e pelo Instituto Nacional de Estatística e Geografia (INEGI).
Ser cristão no México
Nunca foi tranquilo e suave ser cristão no México. O país ocupa 52º lugar na Lista de Países em Observação à Perseguição.
Os três tipos principais de perseguição são corrupção e crime organizado, antagonismo étnico e intolerância secular. Muitos cristãos são vistos como obstáculos à atuação de gangues criminosas, especialmente quando estão engajados no trabalho com jovens e reabilitação de usuários de drogas. Por isso, eles enfrentam ataques, extorsão e até mesmo assassinato.
O antagonismo étnico se manifesta porque 21,5% da população do México pertence a grupos indígenas. Essas comunidades são governadas por leis e costumes tradicionais, com mínima intervenção do Estado. Os que se convertem ao cristianismo protestante enfrentam pressão e ataques violentos quando abandonam as práticas do grupo étnico ao qual pertencem. Eles são punidos e geralmente forçados a deixar suas casas.
Ore pelos cristãos no México
- Ore para que um dos focos da igreja seja abençoar o presidente do país e interceder por ele.
- Peça para que a divisão entre as diferentes comunidades cristãs acabe.
- Interceda pelos cristãos de origem indígena que enfrentam maior pressão para seguir a Cristo.
Legenda foto Mexico2 Nova Jerusalém
Na entrada da comunidade indígena Nova Jerusalém, em Chiapas, a placa adverte: É totalmente proibida a entrada de pastores e pregadores de outras religiões neste povoado. Aquele que for flagrado será preso conforme os acordos da comunidade.
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