Novos cursos acadêmicos sobre o “pensamento Xi” se tornarão obrigatórios nas universidades

No início deste mês, o governo chinês lançou uma nova portaria impondo cursos sobre o ‘pensamento Xi’ em todas as universidades do país.

A matéria denominada ‘Introdução ao pensamento de Xi Jinping sobre o socialismo com características chinesas para uma nova era” foi introduzida na órbita do Partido Comunista Chinês (PCCh) em 2018 e foi incluída tanto ao partido quanto da Constituição do país.

O PCCh entende este momento propício para ensinar essa doutrina a um público mais amplo, ou seja, aos alunos de 37 das mais prestigiadas universidades da China. Esta é a forma como a próxima geração de líderes será doutrinada.

Outro sinal de que o ‘pensamento Xi’ ganhará destaque, foi o pedido de um membro do Politiburo Chinês (mais alto comando do Partido Comunista) pediu que ‘a grande bandeira do pensamento de Xi Jinping deve ser elevada sobre a China, apoiando o fato de que a liderança do presidente não deve ser questionada’.

Segundo analistas de perseguição da Portas Abertas, isso não significa que toda a liderança necessariamente concorde com tudo o que Xi Jinping diz ou faz , mas significa que ninguém é forte o suficiente para ousar fazer perguntas.

A perseguição aos cristãos na China

Para grupos vistos como dissidentes, perigosos e que precisam ser ‘sinicizados’, essa não é uma boa notícia. Entre esses grupos, se encontram os mais de 97 milhões de cristãos do país. A sinização imposta pelo governo quer padronizar a cultura e filosofia chinesas, fazendo com que todos os cidadãos sigam um mesmo padrão de pensamento.

A igreja chinesa continua mostrando resiliência frente à pressão do Partido Comunista, por exemplo, na educação de crianças e jovens adultos. Entretanto, está ficando cada vez mais difícil evitar entrar na linha da ideologia oficial e como ‘pensamento Xi’, isso se tornará quase impossível. Muitas igrejas não se desfizeram depois de experimentarem repressão, elas se reorganizaram e deliberadamente se dividiram em grupos menores. Porém, essa estratégia nem sempre as salva da pressão contínua.

A política de sinização da igreja é implementada por todo o país, já que o Partido Comunista está confiando fortemente na identidade cultural chinesa para permanecer no poder, limitando o que possa ameaçar sua permanência. As novas restrições à internet, mídias sociais, ONGs e regulamentos relacionados à religião são aplicados rigidamente e limitam muito a liberdade.

A China ocupa a 23ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2020, que classifica os 50 países que mais perseguem cristãos no mundo.

Para saber mais sobre a perseguição aos cristãos na China, acesse Tudo sobre a perseguição aos cristãos na China.