Sansão e sua família oravam enquanto era apedrejados por uma multidão de budistas em Mianmar. Milagrosamente, eles sobreviveram sem graves ferimentos.
FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DA PORTAS ABERTAS
A vida de Sansão*, 60 anos, mudou completamente desde que ele e sua família aceitaram a Jesus há três anos em Mianmar. Desde que passaram a ser alvos de ataques de seus vizinhos, eles receberam abrigo em um esconderijo secreto de um parceiro da missão Portas Abertas.
Sansão morava em uma típica vila birmanesa, com sua esposa, filhos e netos. Eles tinham a crença budista, até que um pastor compartilhou a mensagem do Evangelho com Sansão em 2017.PUBLICIDADE
“Não sou contra o budismo, mas não posso mais segui-lo. Jesus morreu por nós. Ele nos deu a vida eterna”, ele afirma. “Não digo que os budistas não são boas pessoas. Eles são muito bons, mas todos somos pecadores. Precisamos aceitar Jesus Cristo”.
No entanto, os vizinhos descobriram que a família de Sansão se tornou cristã e informaram o chefe da aldeia. Os monges e autoridades da região convocaram a família para uma reunião — havia cerca de 50 monges e outras 200 pessoas.
“O monge budista então me perguntou, com sua voz estrondosa: ‘Você realmente acredita na fé cristã? Você realmente vai acreditar em Jesus? Você não vai voltar para a nossa religião?’”, relata.
“Eu disse: ‘Não vamos negar nossa fé. Não vamos rejeitar nossa fé. Nós vamos crer em Jesus até morrer!’”
Na manhã seguinte, cinco caminhões chegaram à vila de Sansão e despejaram centenas de pedras em frente à sua casa. Em uma escola atrás da casa, dois outros caminhões despejaram mais pedras. Sansão perguntou ao diretor da escola sobre as pedras, mas ele respondeu que as pedras foram jogadas no terreno da escola sem sua permissão. Era uma situação inusitada, mas Sansão achou que as pedras estavam ali para reparos nas estradas. Mas ele estava errado.
O dia em que choveu pedras
Na manhã seguinte, Sansão e sua filha estavam se preparando para outra reunião com os líderes da aldeia. Antes de ir ao mosteiro, a família se reuniu para orar. Enquanto oravam, Sansão ouviu vozes. “Matem ele!”, disse o chefe da aldeia. “Sansão, peça ao seu Deus para te salvar agora”.
A família se ajoelhou para orar, de mãos dadas, suadas e frias. Os gritos ficaram cada vez mais altos: “Matem ele!” Então houve silêncio e um baque. A primeira pedra.
Sansão lembra: “Todas as nossas janelas e portas estavam abertas e estavam nos apedrejando sem parar. Minha neta se levantou e fechou as janelas. Ela foi atingida no peito e foi ferida. Ela ofegou de dor, gritando ‘Jesus me salve! Jesus me salve! E colocou a palma da mão na ferida. Bem ali, ela foi milagrosamente curada”.
“Havia tanto barulho. Eles estavam gritando ‘matem eles, matem eles’, mas ainda estávamos orando a Deus. Não paramos de orar, mesmo quando quase queimaram nossa casa”, lembra Sansão. “Eles tentaram destruir nossas três motos e duas bicicletas. Eles cobriram de gasolina e tentaram queimá-las, mas não houve fogo”.
“Estávamos chorando e orando. Eles continuaram gritando para nós: ‘Se o seu Deus está vivo, peça para Ele te salvar agora! Ainda assim, nós continuamos orando”, conta Sansão.
A multidão foi para a parte de trás da casa para tentar incendiá-la através do fusível. Enquanto a família permanecia clamando pelo socorro de Deus, os fios e choques elétricos pararam.
Mas a multidão não desistiu facilmente. “Eles não conseguiram queimar nossa casa, então foram para a casa da minha filha mais nova, que fica a poucos minutos a pé da minha casa. Eles destruíram a casa dela, a mesa e as cadeiras. Eles a atacaram por cerca de 10 minutos e voltaram novamente para minha casa, gritando: ‘Você ainda está vivo? Seu Deus te salvou ou não?’”
“Enquanto eles estavam gritando lá fora, minha outra filha chamou nosso pastor em busca de ajuda. Alguém da igreja foi à delegacia e veio nos buscar. Depois de uma hora, o policial finalmente chegou à nossa aldeia. Eles não conseguiam entrar porque ainda havia muita gente nos apedrejando. Me lembro de um monge budista que veio e perguntou: Tem alguém vivo ainda? Saia de casa agora”.
“Enquanto eu tiver Jesus, fico alegre”
Sansão e sua família saírem da casa sem graves ferimentos. “Quando saímos de casa, as pessoas ficaram maravilhadas porque ainda estávamos vivos”, lembra Sansão.
Logo após o ataque, Sansão e sua família de 11 membros foram levados por um parceiro da Portas Abertas para um esconderijo em Mianmar. A situação é temporária; a missão está planejando realocar a família e construir uma casa.
Apesar do trauma, Sansão optou por não apresentar queixa contra seus agressores. O homem que tentou incendiar sua casa pediu perdão e também tornou-se seguidor de Jesus.
“O policial perguntou ao pastor se queríamos registrar a ocorrência ou não. Dissemos que não. Nós vamos perdoar, seremos pacientes. Depois de aceitar Jesus, eu posso amar qualquer um. Mesmo que as pessoas me odeiem, eu posso amá-las, porque Deus é amor”, afirma Sansão.
*O nome Sansão é fictício por razões de segurança.
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