Saulo Porto, da Missão Mãos Estendidas, falou sobre a realidade missionária na África em entrevista ao Guiame.
Os países da África estão como campos brancos prontos para a colheita, de acordo com o missionário Saulo Porto, coordenador de ensino da Missão Mãos Estendidas (MME). Sua frase, em referência ao texto bíblico de João 4:35, ilustra a forma como o Evangelho é recebido pelos africanos.
“Embora a realidade na África seja cruel em alguns aspectos, o povo está extremamente aberto”, disse Saulo em entrevista ao Guiame, durante viagem ao Malawi. “Eles são humildes para aprender e sedentos pela Palavra. Às vezes você passa horas falando e eles mal se mexem, 100% atentos, porque é o alimento que eles recebem naquele momento. Isso faz diferença”.
Os missionários brasileiros encontram uma abertura ainda maior entre os africanos. “Eles têm essa proximidade cultural conosco, que somos do Brasil. Mesmo com a dura realidade, para nós brasileiros, é sempre uma festa estar aqui. Há uma conexão muito forte entre brasileiros e africanos”, explicou Saulo.
Missionário há mais de 20 anos, Saulo se entregou ao campo missionário após receber a convicção de seu chamado por Deus na Amazônia. Em seguida, ele se formou e passou a servir em tempo integral na JOCUM (Jovens Com Uma Missão), uma organização na mobilização de jovens de todas as nações para a obra missionária.
Hoje ele é responsável por capacitar e promover ensino bíblico aos pastores e líderes na África. “Não estamos nesse trabalho apenas para ensinar uma sobrevivência religiosa, mas para ensinar como o Evangelho responde as questões mais profundas do africano. O Evangelho é a resposta para a transformação de qualquer comunidade”, destacou.
Embora a MME promova transformação social, Saulo observou que o foco do projeto não está no assistencialismo. “Nós somos extremamente contra o paternalismo, porque esse conceito, em outras palavras, diz: você é um coitadinho, não pode fazer nada. Essa não é a mensagem do Evangelho. A mensagem de Cristo é justamente que em Deus podemos todas as coisas”, esclareceu.
“O que nós fazemos aqui é ajudá-los a olhar para Deus. Se eles conhecerem a Deus, irão ouvir a voz de Deus, e essa voz irá liberar a identidade e o propósito deles; no propósito é que nós fazemos transformação. Não é uma questão assistencialista, é transformação social a partir da raiz, que é justamente a experiência do homem com Deus”, completou o missionário.
Cercado por crianças durante a entrevista, Saulo afirmou: “Quando eu olho para essas crianças, eu vejo que elas são como sementes que precisam ser plantadas e transformadas em árvores que dão frutos, que são à imagem e semelhança de Deus. Deus tem um propósito para essas crianças, que não é só levá-las para o céu. Não sabemos se aqui no meio temos novos apóstolos, presidentes e médicos”.
FONTE: GUIAME
Deixe um comentário