Talvez a primeira coisa que venha a sua mente ao pensar no Boko Haram sejam os ataques com diversos mortos, porém outra ação realizada com frequência pelo grupo é o sequestro de milhares de mulheres e meninas. Em cativeiro, elas são forçadas a se tornarem muçulmanas e violentadas sexualmente. E quando são libertadas, tendo a oportunidade de voltar para suas casas, precisam aprender a lidar com trauma e exclusão social.
Por conta disso, a Portas Abertas tem realizado programas de aconselhamento pós-trauma na Nigéria. Ao se reunirem pela primeira vez, essas mulheres ficaram em silêncio. O clima estava tenso e era fácil perceber vergonha, medo, incerteza e baixa autoestima entre as participantes. Mas com o tempo, elas começaram a relaxar e perceber a importância de compartilhar o que tinha acontecido com elas.
“Quando fui convidada para participar, não queria falar sobre minhas experiências. Mas quando percebi que falar sobre minha dor me traria alívio, compartilhei minha história. E como me senti aliviada”, Ijanada explica. Ela se sentia inútil, achando que nunca seria aceita por sua família e amigos. “Quatro anos atrás, eu ainda estava na escola e era a primeira da turma. Eu era amada por meus professores e colegas e queria me tornar uma advogada. Mas todos os meus sonhos foram destruídos quando o Boko Haram veio a minha vila e me sequestrou. Durante quatro anos, eu usei as mesmas roupas todos os dias. Não consigo lembrar o número de vezes que fui violentada – todas as vezes que voltavam dos ataques, se revezavam para nos violentar. Qualquer resistência era recebida com agressão”, conta.
Ijanada tem um filho de 2 anos e está grávida de seis meses do segundo. Muitas outras como ela confessaram se sentir inúteis e o mais triste é que esse sentimento era transferido para seus filhos. Essas mulheres fizeram grandes avanços durante o programa, mas ainda há um longo caminho a frente delas.
Escreva para Esther
Assim como Ijanada, Esther* também foi sequestrada pelo grupo e engravidou depois de ser violentada. Após seu resgate, passou a viver na casa dos avós com a filha Rebecca. Esther também participou do aconselhamento pós-trauma e atualmente recebe o apoio da Portas Abertas. Faça você também diferença na vida dela enviando um cartão. Por meio de palavras de encorajamento, a jovem saberá que não está sozinha nesse caminho e que existem pessoas que oram e se importam com ela.
*Nome alterado por segurança.
A REPÚBLICA FEDERAL DA NIGÉRIA
- Fonte de Perseguição: Opressão islâmica
- Capital Abuja
- Região África Subsaariana
- Lider Muhammadu Buhari
- Governo República
- Religião Islamismo 50%, cristianismo 40%, crenças nativas 10%
- Pontuação 77
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